A extinção é o processo pelo qual uma espécie deixa de existir. Ou seja, não há mais nenhum indivíduo vivo capaz de se reproduzir e deixar descendentes viáveis dessa espécie. Trata-se de um fenômeno biológico que ocorre desde o surgimento da vida no planeta.
Frequentemente, surgem notícias sobre a extinção de determinadas espécies, o que significa, sem mais nem menos, que aquela espécie desapareceu para sempre. Para organismos com reprodução assexuada, que se reproduzem por mecanismos como a brotamento (gemulação), o número mínimo de indivíduos necessário para garantir a sobrevivência da espécie é 1. Já para organismos com reprodução sexuada, como todos os animais, esse número mínimo corresponde a um casal composto por um indivíduo de cada sexo. Uma espécie animal é considerada extinta quando restam apenas duas fêmeas, dois machos ou um único indivíduo. Na prática, não faz diferença, pois esses indivíduos não poderão gerar descendentes e, ao morrerem, a espécie desaparecerá.
Assim como qualquer indivíduo nasce e morre, as espécies também possuem um ciclo de vida. O surgimento de uma espécie é chamado de especiação, enquanto seu desaparecimento é denominado extinção. O tempo de vida de uma espécie é medido na escala geológica, frequentemente em milhões de anos, podendo ser longo ou curto. Algumas espécies antigas ainda sobrevivem, como os celacantos das profundezas do Oceano Índico, que existem há cerca de 30 milhões de anos. Outras, como a nossa, surgiram recentemente – nem sequer completamos 200 mil anos na Terra. Embora 200 mil anos pareçam muito tempo, na escala geológica, isso equivale a um mero piscar de olhos.
Durante sua existência, uma espécie tende a aumentar sua população e expandir-se para novos territórios. No entanto, eventualmente, ela começa a perder indivíduos e se retrair a um espaço mais limitado. Esses últimos refúgios da espécie nem sempre coincidem com o local onde ela surgiu.
A extinção pode ocorrer por diferentes razões, como mudanças ambientais, competição com outras espécies, doenças e predação. Algumas extinções são naturais e fazem parte da evolução da vida, mas outras são provocadas pela ação humana, podendo gerar graves impactos na biodiversidade. Por exemplo, há espécies que foram dizimadas pela caça excessiva ou porque seu habitat foi completamente destruído por atividades humanas, como a expansão urbana.
Tipos de Extinção: Extinção de Fundo e Extinção em Massa
A extinção de fundo ocorre de maneira gradual e aleatória ao longo do tempo geológico. Nesse processo, as populações de uma espécie tornam-se cada vez mais raras até desaparecerem completamente. Estima-se que cerca de 95% das espécies que já existiram tenham sido extintas por esse tipo de processo. A extinção de fundo acontece devido a causas biológicas, como competição entre espécies, endemismo ou falta de adaptação às condições ambientais.
Por outro lado, as extinções em massa são eventos catastróficos que levam a uma drástica e rápida redução da diversidade biológica em um período relativamente curto (milhões de anos ou menos). Esses eventos podem causar o desaparecimento de grupos inteiros de organismos, restando apenas algumas poucas espécies sobreviventes.
Um evento de extinção em massa é caracterizado pela eliminação acelerada de um grande número de espécies não relacionadas, tanto em ambientes terrestres quanto marinhos. Um exemplo clássico desse fenômeno é a extinção dos dinossauros, ocorrida há 65 milhões de anos, quando um gigantesco asteroide colidiu com a Terra. Esse evento levou à extinção dos dinossauros e de todos os grandes répteis aquáticos e voadores da época.
Após uma extinção em massa, ocorre um fenômeno chamado recuperação biótica: as espécies sobreviventes encontram um mundo com muitos recursos disponíveis e pouca concorrência, o que permite sua diversificação e o surgimento de novas espécies por especiação. Um exemplo dessa recuperação foi a ascensão dos dinossauros após a terceira extinção do período Pérmico, a partir de pequenos lagartos sobreviventes.
Quando os dinossauros foram extintos na extinção do Cretáceo, um pequeno grupo de sobreviventes deu origem às aves. Já os mamíferos não descendem dos dinossauros, mas só começaram a se diversificar após sua extinção, aproveitando o espaço ecológico deixado vago.
Houve cinco grandes extinções em massa na história da Terra, cada uma delas eliminando mais de 70% das espécies vivas. A maior delas, a extinção em massa do Pérmico, exterminou mais de 90% das espécies, quase erradicando a vida do planeta. Esse evento é conhecido como a Grande Mortandade.
As extinções em massa podem ser causadas por fatores ambientais extremos, como erupções vulcânicas colossais, impactos de meteoritos, mudanças no nível do mar e variações climáticas severas, seja aquecimento ou resfriamento global.
A principal diferença entre a extinção de fundo e as extinções em massa reside na velocidade, na magnitude e nas causas da perda de espécies. Enquanto a extinção de fundo ocorre de forma lenta, localizada e seletiva, as extinções em massa são eventos rápidos, globais e generalizados. Ambas influenciam a evolução da vida, eliminando algumas formas de organismos e abrindo oportunidades para outras.
Atualmente, muitos cientistas acreditam que estamos passando por uma sexta extinção em massa, desta vez causada pela ação humana. No entanto, há divergências sobre essa afirmação.
Fatores como desmatamento, poluição, mudanças climáticas, superexploração de recursos naturais e introdução de espécies invasoras estão colocando milhares de espécies em risco de extinção em todo o mundo.
O ritmo da extinção atual é significativamente mais acelerado do que seria esperado em uma extinção de fundo causada por fatores naturais.
Embora ainda se discuta se estamos de fato vivenciando um sexto evento de extinção em massa, uma coisa é certa: enfrentamos uma crise de biodiversidade com uma taxa alarmante de extinção de espécies.
A preocupação central não é com a continuidade da vida na Terra, pois a vida já sobreviveu a eventos catastróficos no passado. A verdadeira questão somos nós, humanos, pois não temos milhões de anos para esperar a recuperação biótica de uma extinção em massa.
Um evento dessa magnitude levaria ao colapso de todos os ecossistemas dos quais dependemos, podendo provocar nossa própria extinção.
Portanto, a conservação da biodiversidade tornou-se um desafio urgente para evitar as consequências devastadoras da perda massiva de espécies. É fundamental adotar medidas para proteger os habitats naturais, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover o uso sustentável dos recursos naturais, garantindo o equilíbrio ecológico e o bem-estar das futuras gerações.
Artigo de: David Alercia. Licenciado em Biologia pela Universidade Nacional de Córdoba, especializado em gestão ambiental, trabalha com turismo científico.
Referencia autoral (APA): Alercia, D.. (Fevereiro 2025). Conceito de Extinção. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/extincao/. São Paulo, Brasil.