As bactérias são os menores organismos vivos do nosso planeta, pois não ultrapassam um micrômetro de largura. Muitas espécies em forma de bastão podem ter apenas alguns poucos micrômetros de comprimento. Elas têm os mesmos aspectos gerais de qualquer outra célula com DNA, proteínas, uma membrana plasmática que lhe dá forma e individualidade, um citoplasma onde tem dissolvidas moléculas orgânicas que lhe permitem crescer, reproduzir-se, alimentar-se, manter-se e dispor de substâncias.
As bactérias têm uma diversidade morfológica distinta, em geral podem tem a forma de bastonete, espirais, esféricas e haste, bem como estarem separadas individualmente ou em grupos formando aglomerados ou cadeias. Muitas espécies de bactérias têm uma ‘armadura’ conhecida como parede celular que envolve a membrana plasmática. É feito de um polímero chamado peptidoglicano, que é a união de peptídeos e açúcares.
Além disso, é comum encontrar uma cápsula pegajosa que os ajuda a aderir a superfícies como rochas, plantas, carnes, etc.; também os protege de toxinas e predadores.
Alguns têm um ou mais flagelos, que são estruturas finas usadas para se mover em meios líquidos.
A comunicação entre as bactérias tem sido vital para sua sobrevivência em nosso planeta, para isso elas possuem uma estrutura ancorada na parede celular que serve para se conectar com outras bactérias e assim compartilhar informações genéticas.
Da mesma forma, as bactérias possuem um único cromossomo, uma molécula circular de DNA acompanhada de milhares de ribossomos responsáveis pela construção das proteínas de que necessitam para viver.
As informações que recebem de outras bactérias também são armazenadas no citoplasma na forma de plasmídeos, pequenas moléculas circulares que carregam genes capazes de lhes conferir vantagens, como a resistência a antibióticos.
Nosso planeta tem uma longa história desde sua origem, há mais de 4,5 bilhões de anos. Os primeiros seres vivos surgiram há cerca de 3.800 milhões de anos, os procariontes, e a partir deles a vida evoluiu e se diversificou até o que conhecemos hoje.
Procariotos, bactérias e archaea moldaram as condições do planeta, por exemplo, a 3.5 bilhões de anos atrás, onde a quantidade de oxigênio na Terra era muito baixa no ar e os seres vivos obtinham carbono do CO2 presente em abundância, tirando a energia de outros compostos inorgânicos. Disso surgiu a fotossíntese, uma via metabólica das bactérias presente em grupos como as cianobactérias que realizam uma fotossíntese muito parecida com a realizada hoje pelas plantas. Eles eram muito abundantes no planeta e aumentavam a quantidade de oxigênio na água e na atmosfera, pressionando muitos outros organismos a se adaptarem as novas condições e, consequentemente, dando origem à respiração aeróbica, que utiliza o oxigênio como fonte de energia. Além da fotossíntese, as bactérias podem ter diferentes formas de obtenção de energia, por exemplo:
Quimiolitotrofia: Existem bactérias que produzem seu próprio alimento a partir de compostos sulfurosos como o sulfeto de hidrogênio. As bactérias sulfurosas são muito comuns onde há atividade vulcânica, embora também seja um produto da indústria metalúrgica e de mineração.
Outros o fabricam a partir de hidrogênio, fosfito, amônio ou nitrito. Estes são muito importantes para a agricultura, pois permitem que as plantas aproveitem o nitrogênio para construir suas proteínas.
Esse tipo de metabolismo mantém os ecossistemas em funcionamento, pois permitem que os compostos inorgânicos que contêm esses elementos sejam transformados em outros produtos químicos a serem utilizados por outros seres vivos. Elas são usadas até mesmo para eliminar contaminantes da água e do solo, uma ferramenta biotecnológica que trata de mineração e biorremediação.
Fermentações: Em condições em que não há oxigênio, a fermentação é uma forma de aproveitar os compostos orgânicos para obter energia, transformando-os no processo. Esse tipo de metabolismo tem sido muito importante para a humanidade, pois ao aprender a selecionar o ‘alimento’ para esses microrganismos bem como as condições dos alimentos, sem saber que esses microrganismos existiam, se deram origem muitos outros alimentos, como pão, cerveja, vinho, queijos, iogurtes, entre muitos outros. Nas fermentações mais comuns, é produzido ácido lático, que é o que dá ao iogurte seu sabor azedo, graças às bactérias láticas do gênero Lactobacillus.
Proteobactérias: É o maior e mais metabolicamente diverso grupo de bactérias, por isso é subdividido em 6 grupos conhecidos como Beta-, Gamma-, Delta-, Epsilon- e Zetaproteobacteria.
Actinobacteria: Contempla as bactérias gram-positivas do solo, algumas fermentadoras e outras de importância médica.
Bacterioidetes: Contempla bactérias gram-negativas que não formam esporos e são capazes de se movimentar. A maioria são anaeróbios obrigatórios que fazem fermentações, alguns outros são comuns no trato digestivo dos animais.
Chlamydiae: Contém pequenos parasitas de células eucarióticas e causadores de doenças.
Existem milhões de espécies e, durante muito tempo, o ser humano só deu atenção àquelas associadas a doenças, algumas brandas e outras aterrorizantes. Algo que deixou de nos preocupar quando os antibióticos foram inventados, porém, há uma nova ameaça no horizonte, já que esses seres possuem uma incrível capacidade de adaptação, e evoluíram para resistir à maioria das drogas produzidas até então.
Artigo de: Rodrigo Arredondo Fernández. Graduado em Biologia pela UNAM. Experiência em pesquisas sobre microbiologia de alimentos fermentados tradicionais.
Referencia autoral (APA): Arredondo Fernández, R.. (Maio 2023). Conceito de Bactéria. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/bacteria/. São Paulo, Brasil.