O fim nunca justifica os meios, entretanto, as pessoas podem cometer erros de aplicar esta máxima e tornar a mentira em um meio aparentemente bom. Este é o caso, por exemplo, da mentira piedosa que uma pessoa conta com o objetivo de não fazer o outro sofrer por algum motivo.
A mentira piedosa tem a boa intenção por parte do sujeito que oculta determinada informação ou altera a realidade com o objetivo de não fazer a outra pessoa sofrer.
O debate moral aborda que a mentira não deixa de ser um gesto de piedade, mas trata-se de uma mentira por si só. Entretanto, a realidade é que em função de um contexto adequado, uma pessoa pode decidir de forma livre contar uma mentira piedosa com o objetivo de evitar um desgosto desnecessário ou um sofrimento que poderia ser evitado.
Este tipo de mentira costuma ser utilizado para proteger uma pessoa que se estima. Por trás de uma mentira deste tipo existe a boa intenção por parte do agente que tem uma atitude benevolente. Em outras ocasiões, uma mentira piedosa pode ser também um recurso utilizado por alguém para ajudar a outra a suportar da melhor maneira possível certo mal-estar e fazer com que a experiência seja mais agradável.
O que diferencia uma mentira piedosa de outra não é o seu conteúdo e sim a intenção como acontece. Em compensação, o que muitas vezes acontece tanto na mentira piedosa como naquela que não é piedosa, é que a pessoa se sente enganada emocionalmente e estafada quando descobre a verdade.
Este tipo de situação aborda um debate ético importante: Em qual tipo de situação é possível aplicar estas mentiras piedosas? Está justificado enganar uma pessoa mesmo que seja com boas intenções? Do ponto de vista de um dos grandes pensadores da história da filosofia, o ato de mentir nunca será justificado e a verdade é uma obrigação moral. Este é o ponto de vista de Kant.
Foto: iStock – AleksandarGeorgiev
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (ago., 2015). Conceito de Mentira Piedosa. Em https://conceitos.com/mentira-piedosa/. São Paulo, Brasil.