Um laboratório é um espaço físico regulamentado e estruturado para garantir condições adequadas ao desenvolvimento de experiências. A química (por si só) é uma ciência baseada no trabalho experimental, uma vez que o conhecimento apreendido surge das observações do trabalho empírico. Ao longo dos anos, ele confiou e conta com métodos empírico-analíticos para provar suas hipóteses. “Empírico” é uma ótima palavra para definir esta seção, é um adjetivo que mostra que uma determinada observação é baseada na experiência e na prática. Bem, a parte empírica da química muitas vezes nos leva a pensar em um lugar específico, um laboratório. Além disso, é muito comum que escolas, universidades ou qualquer outro reduto acadêmico possuam um laboratório no qual serão ministradas aulas práticas ou outros trabalhos exclusivamente relacionados a fins educacionais.
Em geral, são cinco os espaços essenciais em um laboratório: depósito de medidas de proteção individual, sala de balanças, área de uso com exaustor, depósito de reagentes e bancadas de trabalho. Em alguns casos, você pode ter mais áreas que permitem melhorar a distribuição e as tarefas. De referir que todas as áreas devem possuir elementos de segurança como ‘chuveiros’ e ‘lava-olhos’.
Primeiramente, encontramos todos os elementos de proteção individual necessários para realizar cada trabalho, como é o caso de luvas, máscaras contra respingos, máscaras com filtros para evitar a inalação de vapores tóxicos, macacão, óculos, entre outros cujo uso será depende do risco do trabalho.
A utilização da “sala da balança”, como o próprio nome indica, destina-se exclusivamente à pesagem de reagentes e solutos. As balanças utilizadas nos laboratórios são de qualidade superior às utilizadas em casa, pelo que devem ser tratadas com algum respeito. Além disso, dependendo da quantidade de massa a ser pesada, existem diferentes balanças que possuem um determinado peso máximo, permitindo maior precisão na medição e reduzindo o grau de erro. As balanças não devem ser movidas de um lugar para outro, pois podem danificar os componentes internos e descalibrar. Além disso, esta sala geralmente possui um exaustor para pesagem de substâncias voláteis.
A área utilizada para capelas de extração permite trabalhar com reagentes ou produtos voláteis e cujos vapores são tóxicos, inflamáveis e/ou corrosivos, a fim de evitar a exposição do pessoal que estiver trabalhando em contato com eles.
Finalmente, existe um armazém onde todos os reagentes sólidos, líquidos e gasosos armazenados são classificados conforme indicado pelas diferentes normas, evitando o contacto com alguns deles e cuidando das condições ambientais a que devem ser submetidos. Por isso, nos laboratórios, as condições de pressão, temperatura e umidade são reguladas.
Por fim, a área de trabalho é composta pelas bancadas onde são realizadas as experiências e pelas “balcões inferiores” que constituem o espaço de armazenamento de material de laboratório. Em muitas ocasiões, existe uma sala auxiliar para armazenar o referido material.
O material de que se trata é muito abundante, em geral se trabalha com elementos de vidro borosilicato, que podem ser expostos a certas temperaturas e são resistentes à maioria dos reagentes. Para citar alguns, existem:
Cilindros graduados: constituem um dos elementos de medição de volume, são recipientes de vidro com graduação.
Frascos a vácuo : são encontrados em diversos tamanhos e sua principal utilização é na preparação de soluções, pois possuem um volume que indica um volume exato.
Erlenmeyer : permite armazenar soluções ou prepará-las, em geral possui uma graduação, embora menos precisa que um cilindro ou balão volumétrico.
Placa de Petri: recipiente circular com tampa para armazenamento de amostras.
Beaker: Um cilindro de vidro usado para aquecer soluções, medir ou derramar uma solução
Agitador: como o próprio nome indica, permite a movimentação e homogeneização de uma mistura.
Bureta: instrumento de vidro graduado que possui uma válvula na parte inferior e carga de reagente na parte superior. Permite a descarga de reagente sabendo o volume exato de descarga.
Garrafa de decantação: permite a separação de duas ou mais fases de uma mistura com base na diferença de densidade entre elas, com uma válvula de descarga na parte inferior.
Tubo de ensaio: é um recipiente de vidro usado para armazenar ou transportar temporariamente soluções ou reagentes sólidos. Eles não possuem base, então você deve ter um rack para seu suporte.
Rolhas: são usadas para vedar qualquer um dos recipientes vistos acima. Nós os encontramos de diferentes materiais conforme a substância a que estão expostos.
A característica fundamental que qualquer laboratório observa, é que, ali, as condições ambientais devem ser especialmente controladas e normalizadas com a estrita finalidade de que nenhum agente externo possa causar qualquer tipo de alteração ou desequilíbrio durante a pesquisa, garantindo assim uma fidelidade exaustiva em termos de resultados. Temperatura, umidade, pressão atmosférica, energia, poeira, terra, vibrações, ruído, entre outros, são as questões sobre as quais mais ênfase deve se colocar, para estar absolutamente controladas e não contrariem a necessária normalidade e exigibilidades indicadas.
Existe uma importante diversidade de laboratórios, entre os quais se destacam: o laboratório clínico, que é aquele em que são realizadas análises clínicas com o objetivo de prevenir, diagnosticar e tratar doenças. Depois, há aqueles voltados para o estudo e descoberta de algum tipo de evidência científica, como evidências biológicas e químicas.
Além disso, cada laboratório e dependendo do tipo de finalidade que o estimula, deve possuir material específico, que pode ser vidro, porcelana ou madeira, como tubos de ensaio, espátulas, isqueiros, colheres de chá, pinças, ampolas e tubos de ensaio, entre outros. A evolução e sofisticação que a maioria dos dois laboratórios alcançou nos últimos anos tem visto a crescente preocupação do ser humano em encontrar diferentes opções ou alternativas para amenizar as condições que fervilham e abundam na humanidade, mais do que, é claro, exigir o desenvolvimento de maquinário e material para avançar, sempre e cada dia mais, um degrau.
Artigo de: Candela Rocío Barbisan. Engenheira Química pela UNMdP, Argentina, atua na gestão de ativos e integridade em diversos setores, principalmente Oil & Gas. Certificada em API 580, Risk Based Inspection, pelo American Petroleum Institute. Professora da Faculdade de Engenharia da UNMdP, de Química Geral I, Laboratório de Operações Unitárias de 4º ano, e Laboratório de Reatores e Controle de 5º ano.
Referencia autoral (APA): Barbisan, C. R.. (Janeiro 2023). Conceito de Laboratório. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/laboratorio/. São Paulo, Brasil.