Conceito de Insônia

Angela Estevez | Novembro 2024
Licenciada em Psicologia

A insônia é a interrupção do sono, que pode ter origem em uma ou várias causas, manifestando-se por um período específico, provocado por condições particulares, ou como uma constante, cuja razão permanece desconhecida ou ainda não foi resolvida, e pode variar em intensidade. A própria palavra reflete o fenômeno, procedente do latim insomnium, com o prefixo in- no sentido de privação, e somnus, que se refere ao sono, relacionado à forma verbal somniāre.

Por que temos insônia

Este problema é extremamente comum, mas não é menos prejudicial à saúde, pois dormir é necessário para nos recuperarmos, começar o próximo dia com energia, vitalidade e relaxamento, ter bom desempenho no trabalho e estar de bom humor.

Em momentos específicos de nossas vidas, a insônia pode ser passageira e pouco alarmante, por exemplo, se estamos prestes a viajar, casar, ter filhos, reencontrar alguém do passado, sair da zona de conforto para fazer mudanças importantes na rotina, etc.

No entanto, tanto para a Psicologia quanto para a Psiquiatria, quando a insônia é persistente e difícil de combater, pode ser um sinal de que algo não está bem, como um alto nível de ansiedade, estresse no trabalho, problemas de relacionamento ou familiares, ou luto difícil de superar.

No campo psicopatológico, por exemplo, na estrutura paranoica (dentro das psicoses), pode ocorrer que a pessoa evite dormir por medo de que alguém ou algo a machuque, preferindo estar sempre com os olhos abertos, esperando proteger-se de uma ameaça.

Por outro lado, na psicose maníaco-depressiva, o estado de mania é caracterizado por uma aceleração do pensamento e uma grande disponibilidade de libido, de maneira quase incontrolável, o que também pode resultar em insônia.

Portanto, a insônia pode ser algo totalmente benigno, como resultado da emoção por esperar um dia especial, ou um sintoma vivido com sofrimento. Tudo dependerá das características, momento de aparecimento, duração, intensidade, danos colaterais produzidos, autopercepção do desconforto, entre outros fatores.

Todas essas causas são apenas exemplos, uma visão geral, pois os seres humanos são muito complexos, e no psiquismo nunca dois mais dois é igual a quatro. Trata-se de observar caso a caso, respeitando a singularidade de cada indivíduo.

Como conciliar o sono

Existem três caminhos eficazes para conciliar o sono; o primeiro é buscar a paz interior, através de atividades reconfortantes como ioga e meditação, caminhadas pela natureza, ouvir sons da natureza, reservar um momento do dia para esvaziar a mente do caos da rotina, fazer uma viagem introspectiva, entre outros.

Outra maneira é procurar terapia, para que um profissional, junto conosco, busque possíveis causas ou soluções para essa dificuldade. Psicólogos especializados em Psicanálise utilizam a palavra; os formados em Psicodrama usam o corpo em cena; os cognitivos ensinam técnicas de respiração, entre outras abordagens, pois a Psicologia é ampla e sua prática varia de acordo com a orientação.

Finalmente, existem medicamentos para dormir que, quando prescritos por um psiquiatra, podem trazer grande alívio. Às vezes, essa terapêutica pode fazer parte de uma estratégia interdisciplinar junto com um psicólogo. No entanto, os psicofármacos devem ser usados com cautela e como último recurso, e não para encobrir ou invisibilizar um problema, embora sejam muito úteis e o sono seja uma necessidade vital.

Ao tomarmos um medicamento para dormir sem supervisão profissional, deixamos de ouvir o nosso corpo, que pode estar tentando nos dizer algo, e é provável que, mais tarde, outras formas de desconforto surjam, como incômodos, insatisfações ou dores.

Desafios: Compartilhar o quarto e dificuldades para dormir

Dormir com o parceiro não é fácil, pois enquanto algumas pessoas sentem tranquilidade e gostam de dormir abraçadas, outras acham isso irritante ou desconfortável, o que as impede de dormir.

Além disso, existem vários incômodos que podem surgir ao compartilhar o quarto, como se a outra pessoa ronca, se move muito ou fala enquanto dorme; se sente calor e liga o ventilador ou ar-condicionado forte; ou se sente frio e cobre ambos até a cabeça, entre outros.

Embora ainda seja pouco convencional ou pelo menos pouco discutido, alguns casais optam por dormir em quartos separados ou até mesmo em casas diferentes. É uma opção válida que pode beneficiar a relação quando ambos se sentem confortáveis e concordam.

Nesse sentido, é muito importante que o casal se comunique e expresse seus sentimentos, preferências e incômodos, especialmente se algo na convivência ou coabitação está causando insônia para um, ou ambos envolvidos.

Artigo de: Angela Estevez. Graduada pela Universidade de Buenos Aires.

Referencia autoral (APA): Estevez, A.. (Novembro 2024). Conceito de Insônia. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/insonia/. São Paulo, Brasil.

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