As palavras grosseiras, provocativas, humilhantes e maldosas que são usadas para definir pessoas ou situações são conhecidas como disfemismos. Este recurso da linguagem não consiste simplesmente em usar palavras vulgares, mas sim em utilizá-las com uma clara intenção ofensiva e transgressora. Como em muitas outras situações da comunicação humana, o contexto é que determina se uma palavra tem ou não uma conotação pejorativa.
Quando uma pessoa faz referência a um médico e o chama de curandeiro, ou então quando se refere a um advogado criminalista e é rotulado como abogánster (advogado gangster), significa que está empregando um disfemismo, pois curandeiro e a expressão abogánster têm uma intenção desqualificadora. No entanto, um insulto nem sempre é depreciativo ou ofensivo. Assim, quando alguém diz “como joga bem este filho da xxx!” está expressando admiração por alguém.
É na linguagem sexual que o disfemismo é mais abundante. Fuder em vez de fazer amor e cachondo (espanhol) no lugar de fogoso seriam alguns exemplos. No campo da sexualidade, o uso da linguagem é especialmente delicado, já que certas palavras são consideradas tabus.
O disfemismo perde seu sentido depreciativo quando o contexto da linguagem é humorístico. Assim, ao contar uma piada é válido socialmente usar palavrões.
O uso de insultos ou de palavras tabus é inapropriado na maioria dos contextos de comunicação. No entanto, entre os mais jovens, esta forma de comunicação cumpre uma função social: potencializar o fato de pertencer a um grupo e criar laços de solidariedade. Do ponto de vista psicológico um jovem usa todo tipo de palavras ofensivas, pois desta maneira enfrenta as proibições impostas pelos adultos.
Um eufemismo é a palavra ou expressão usada para evitar uma forma de falar inadequada. Em outros termos, é o uso politicamente correto da linguagem.
Quando uma pessoa acredita que a palavra velho é ofensiva para referir-se a uma pessoa mais velha, pode-se dizer que ela vive na idade de ouro.
Em vez de falar sobre demissões, é menos impactante falar sobre redução de pessoal.
Se tomarmos como referência o falecimento de um indivíduo, existem três opções para falar sobre esta situação: ele morreu, ele passou para uma vida melhor ou ele bateu as botas. A primeira forma é correta, mas muito direta e por este motivo é muitas vezes evitada. A segunda é um eufemismo. Já a terceira é um disfemismo.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (fev., 2018). Conceito de Disfemismo. Em https://conceitos.com/disfemismo/. São Paulo, Brasil.