Afetivo é um termo relacionado à manifestação de sentimentos de afeto por um indivíduo, ou seja, aquele que sente ou demonstra ternura, carinho ou amor em qualquer medida, por meio da linguagem verbal, gestual ou corporal, que gera um clima caloroso. Em geral, são pessoas que foram criadas em lares afetuosos, por isso é comum que interajam dessa forma.
A ternura manifesta-se em um “eu te amo”, uma mão colocada no ombro, uma carícia ou um abraço, um beijo, assim como num acompanhamento silencioso, cheio de empatia ou um sorriso cúmplice.
Podemos destacar dois aspectos: primeiro, que essas expressões reconfortantes são moderadas, ao contrário das paixões, que são intensas e impulsivas. Em segundo lugar, ser carinhoso não significa amar ou estar apaixonado, pois diferentes graus de afeto podem se manifestar com amigos, parentes, animais, etc.
A afetividade é um grande pilar nas interações com os outros, pois todos gostam de se sentir apreciados e amados e sem ela não se formaria um vínculo sólido, sendo uma necessidade psíquica, desde o nascimento e ao longo da vida, tão importante quanto nossas exigências biológicas.
Quando duvidamos do afeto do outro, surge a insegurança emocional, causa de inúmeros distanciamentos, que pode ser porque meu amigo, companheiro ou familiar não me conta o que sente ou porque não confio em suas declarações.
Palavras ou expressões de afeto alimentam todos os vínculos, embora o cuidado, a empatia e o respeito sejam ainda mais importantes, pois preservam a autoestima do outro, fazem com que se sintam ouvidos e transmitem confiança. O afeto transmitido com respeito é a forma mais saudável de estabelecer vínculos, ao contrário da violência, que ameaça a saúde mental.
Alguns adultos são abertos com suas emoções e sentimentos, por isso são afetuosos com seu ambiente, tornando-os conscientes dessa afeição. Por exemplo: “Irina está sempre abraçando seus amigos e dizendo o quanto os ama”, “Pedro é muito carinhoso com seus gatos, ele os acaricia e compra brinquedos divertidos dizendo que eles são como seus filhos.”
Há, por outro lado, indivíduos que não manifestam seus sentimentos por medo, vergonha ou falta de hábito, mas isso nada tem a ver com a autenticidade de seus sentimentos e boas intenções. Por exemplo: “Rafael não gosta de abraços ou outros sinais de carinho, mas está sempre presente quando precisam dele.”
A dificuldade que costuma aparecer em pessoas pouco afetuosas é quando os outros precisam de uma confirmação de afeto, que não flui naturalmente ou se essas pessoas têm vontade de se expressar, mas não conseguem. Da mesma forma, quando uma pessoa afetuosa e uma pessoa não afetuosa se encontram, às vezes elas não conseguem se entender. São todas situações típicas da diversidade humana e que podem ser resolvidas através de uma boa comunicação ou, se necessário, através de terapia psicológica.
No caso das crianças, elas tendem a ser mais abertas na hora de dizer o que gostam e o que não gostam, além de dar abraços e dizer palavras de carinho com mais facilidade. Eles têm uma linguagem corporal mais transparente. Mas à medida que envelhecem, a vergonha, o medo da rejeição e o silenciamento das emoções muitas vezes aparecem porque são malvistos, dependendo da cultura em que vivem.
Aqui devemos levar em consideração alguns pontos valiosos:
1- Reconhecer a dificuldade de expressar afetos.
2- Perguntar-nos se nossas dificuldades têm a ver com contato corporal, emocional ou ambos.
3- Entender que nosso jeito de ser é uma decisão pessoal e que não é melhor nem pior, ser uma pessoa “mais” ou “menos” afetiva.
4- Aceitar que a pessoa que recebe o carinho deve concordar com isso, caso contrário é uma violência, da mesma forma que seria um golpe ou um insulto.
Para ter interações mais afetivas, a chave é a forma como você fala: você pode falar com calma, com um tom de voz suave, fazendo perguntas em vez de dar ordens, abrindo-se para os outros e também tentando ouvir com atenção.
Trata-se de ser gentil, sincero e transmitir nossa mensagem pelo canal mais adequado. Essa abertura pode nos fazer sentir vulneráveis, mas permitir que o outro nos veja de verdade, com nossas falhas, fortalecendo a confiança e o vínculo.
É importante ter em mente que o outro não sabe como nos sentimos, a menos que digamos. Nosso amigo, por exemplo, pode não ter certeza de que o amamos, que gostamos de passar tempo juntos ou que adoramos suas piadas e com certeza ele ficaria muito feliz em ouvir isso.
Artigo de: Renata González. Professora de Psicologia
Referencia autoral (APA): González, R.. (Agosto 2023). Conceito de Afetivo/Afetividade. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/afetividade/. São Paulo, Brasil.